sábado, 26 de setembro de 2020

monotemática

Monotemática. Putz, de novo. Em pleno 2020, um ano que pouco floresceu em meio a uma pandemia surreal, tá aqui eu, lembrando você. A nova década começou meio bagunçada e insistiu em te trazer junto como aquela peça de roupa obsoleta e que não combina com a moda atual, mas que a gente insiste em usar. Por que será que a tua importância permanece entre minhas roupas favoritas? Toda faxina de fim de ano e você lá, resistindo. Por aqui, neste corpo, sigo sem entender porque minha vida parou ali, na gente, fico trocando os nomes dos outros pelo teu mesmo após tantos anos. Troco no meio de uma frase falando de gente comum, de encontros e tropeços da rotina sem grandes significados, mas o elemento você emerge nessas circunstâncias aleatórias. Impossível determinar o momento gatilho. Teu nome só sai, leve e doce, como se fosse comum minha boca te chamar no meio de uma tarde recheada de mesmice, sessão da tarde e roupa pra lavar. Talvez, mas só talvez, seja aquele fato que sempre retorna: querer você aqui junto com a mesmice dos dias e a pilha de tarefas para executar. Sempre que a vida se mostra frágil pedindo urgência – e ela tem se mostrado tão fortemente assim, eu me pego pensando na pergunta que sempre retorna, por que não nós?

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