Dia desses minha vó perguntou por você. Talvez pra saber se
seu nome ainda mexe comigo. Não sei se soube disfarçar, mas fiquei bastante
mexida com aquela indagação. Você não é mais meu último pensamento antes de
dormir. Não é mais prioridade, mas de certa forma permanece comigo. E de certa
forma mexe também. Eu gostaria de saber como você tá ou por onde anda. Só que
eu não sei. E não tenho como saber. E você também não sabe de mim. A pergunta
de minha vó revirou e tirou tudo do lugar, muitas lembranças deixadas de lado. Foi
como quando esbarro com você na rua e fica um gosto de saudade na boca e no
ritmo do coração. Eu não sei ser indiferente com quem já fez tanta
diferença pra mim. Te ver enchia meu olhar. E eu não quero esquecer disto.
Aliás, não quero esquecer nada. Nem mesmo da parte ruim. Quero te
encontrar na rua e sentir as pernas bambas e o coração nervoso. Não te quero
pra mim, não confunda as coisas. Já quis muito, mas certas coisas tem seu
tempo, e nós fomos uma dessas coisas que o tempo já levou. Só não quero esquecer,
nunquinha. Quero não ter nada pra fazer num sábado à noite e escrever um
texto cheinho de lembranças nossas. Um texto cheinho de saudade e no final
colocar que sinto falta de você e que me dei conta em meio ao ócio, que passar
madrugadas de sábados inteiras com você no msn, era, sem perceber, meu melhor
programa.
domingo, 15 de março de 2015
quinta-feira, 5 de março de 2015
Sonho futuro
Gosto da ideia de futuro e tudo que pode chegar com ele.
Gosto de vê-lo se tornar presente. Gosto da ansiedade quando penso nele e acabo
desejando que não demore tanto assim, mas não tenha tanta pressa. Gosto da
expectativa que acompanha cada plano direcionado à ele. E gosto que ele me
surpreenda, que me tire do lugar e que tudo acabe sendo nada do que eu
esperava. Gosto que reorganize minhas certezas, mesmo que pra isso seja preciso
tirar todas do lugar. Mas não adianta me pedir calma. Muito menos dizer o velho
clichê de que devemos viver um dia de cada vez e esperar que eu me contente com
isso. Não, essa não rola comigo. Assim parece que esperar é errado. Gosto de me
agarrar ao que me sustenta. Se arrebentar, beleza. Eu posso me levantar, seguir
em frente, fazer novos planos e criar milhares de expectativas sobre eles. Eu
não posso é viver sem esperar nada do dia seguinte. Ah, isso não. Eu preciso de
motivos e todos os dias corro atrás deles. Pra mim também não vale se não
houver sonhos. Sonhar é desejar ir além. É sentir que podemos tudo e mesmo
assim conseguir muito mais se for preciso. Sonhar é sentir a chuva escorrendo
pelo rosto. Tem sabor de liberdade. Realidade. É não saber exatamente de onde
vem tamanha felicidade e mesmo assim entender a razão daquilo tudo. Sonhar é
estar vivo. Sonhar é não saber para onde vai. É sempre esperar por um futuro.
segunda-feira, 2 de março de 2015
Querido Monstro,
odeio começar um texto e ele ser novamente
sobre você. Você mesmo, esse monstro que eu criei com as melhores e piores
partes de diferentes amores - platônicos e reais. Eu queria, às vezes, escrever
sobre algo interessante, ou apenas diferente. Pra variar um pouquinho. Mas sei
lá. Quando tô assim, com os dedos inquietos pra digitar e expulsar o que
insiste em apertar o coração, eu acabo colocando você, querido monstro, em tudo
quanto é frase, mesmo que nas entrelinhas. Dizem que escrevemos sobre o que
conhecemos. Nunca achei que te conhecesse tão bem, porque olha, não vou nem
mencionar o tanto que eu já escrevi sobre você na minha vida. Vez ou outra eu
gostaria de ter uma borracha mágica que te apagasse. Mas aí eu lembro do
tanto que eu gostava de segurar tua mão macia. E ao me lembrar da maciez,
relembro e revivo nossa implicância em sempre competir e comparar nossas mãos
pra ver quem era o dono da mão mais legal de apertar. Definíamos nossos
critérios e nós mesmos éramos participantes e jurados dessa competição maluca.
Como não havia vencedor, o prêmio era compartilhado e repleto de gargalhadas
como companhia. Ou então eu fico envergonhada quando lembro que você achou
bonitinha toda aquela minha ingenuidade. E você pode até não
admitir, mas sei que eu era, de longe, sua melhor companhia. Eu não precisava
nem ouvir dos seus lábios pra saber, os seus olhos contavam tudo. Não, eu
definitivamente não quero perder isso. Nem mesmo a parte ruim que deixa meu
coração do tamanho de uma azeitona. Querido monstro, quero te ter pra sempre.
Desculpa pelos meus dias ruins. Só peço que fique comigo quando não for tão
fácil e leve re-lembrar algumas coisas. Não me abandone. Segure minha mão, não
diga nada e espere meu sorriso voltar.
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