sexta-feira, 31 de julho de 2015

Dormir é se desculpar toda noite

Ah! A amnésia matinal!
Gostaria de poder usá-la nos momentos de angústia,
Quanta paz teriam os meus dias!
Quando acordamos,
De nada
Nem de ninguém
Lembramos.
Toda a culpa jogada fora.
Após longas horas de sono profundo
Poder acordar livre de todo o peso que nos é imposto
E que também o é por nós.
Culpas que, por vezes, nem são nossas,
São atualizadas todo acordar.
São como flashs que nos atormentarão durante o dia que se segue.
Dormir é se desculpar toda noite.
É trégua de guerra para comemorar o réveillon
É uma paz tão sublime não pensar em nada.
Talvez seja como morrer
Ou suicidar-se, tanto faz.
A gente para de se importar.
É poder apenas curtir o respirar.

V(ir)

E se eu escrever, você vem?
Vem pra matar minha saudade
Porque ela sabe maltratar bem

Mas talvez seja coisa da pouca idade
Esse desespero por medo de ficar sem
Sem amor, sem amizade

Mas a (sã)idade logo vem
Talvez seja um presente da maturidade
Ganhar o prêmio ao esperar o que não vem