Eu já não sinto
Sol nasce e o dia
permanece escuro
Por que vivo?
Se ao menos sentir
eu quisesse...
Desejo?
Não a mim diz
respeito
Fico aqui,
esperando pelo fim
Pois nem de findar
sou mais capaz
Lembranças não
parecem minhas
Estômago embrulha
A náusea me faz
companhia
Sinto-me tão
distante...
Este corpo que
respira
Já não me parece
meu
Estou há km daqui
Penso em mim, mas
já parti
Enganada sou por
imaginar que um dia o céu foi meu...
Não sou eu a
protagonista daquele voo
Não sou!
Talvez nem asas
tenha mais,
Não sei...
Você as vê?
Não consigo
movê-las,
Não consigo
senti-las,
Não consigo
sê-las!
Alguém chega e
vomita:
Quem é você para
se esquecer de si?
Quem dera tivesse
eu esse poder
Já não sou
Como ousarei
deixar de ser?
Se já não sinto
minhas asas tudo perde sentido
Não sei para onde
ir
Me sinto perdido!
A dor que sinto é
minha jaula
O dia passa
O sol caminha no
céu
Os tons
alaranjados me arrancam suspiros sabendo que a noite se aproxima.
Coragem é
enfrentar a escuridão
Como tem sido
difícil sobrevivê-la!
A lua quando surge
me tira o pouco de chão que me resta
O buraco fica cada
noite mais fundo
O buraco fica cada
noite mais fundo
O buraco fica cada
noite mais fundo
E nas noites em
que ela não vem passo a achar que finalmente sumi, pois já não vejo nada há
tanto tempo...
Mas aí o sol
retorna
Ele sempre vem!
Ah, o sol!
Amanheceu mais uma
vez...
Sinto algo
esquentar aqui dentro
Escolho ficar um
pouco feliz pela segurança que os raios amarelos me dão.
Os dias continuam
tristes, sim, continuam
Mas me aproximo de
mim
Eu sinto!
Até o verde ao
redor do lago já não me parece tão opaco
Nem as noites
permanecem insones.
Acordo um dia e
percebo que o que eu tenho de melhor nunca me abandonou
Minhas asas
permanecem!
Hei de ter um
motivo para voar!
Nenhum comentário:
Postar um comentário