domingo, 7 de maio de 2017

Quem pintou minha fachada de azul?

Alguém nomeia o que sinto!
Me segure pelos ombros, me sacuda e me ensine o caminho
Enfie a mão no meu peito e leve meu coração para longe
Longe de mim
Longe do mal que lhe faço
Vai ver essa dor que sinto seja a vontade de ir embora de mim
Desocupar um corpo vazio há muito tempo
Talvez após saber o que sou, o que tenho e o que me tem
Ou melhor, o que me toma para si
Eu consiga estar, simplesmente estar
Permanecer em mim tem sido luta diária
Um corpo casa que não pertence ao morador
Nem mostrando a escritura consigo tomar posse do que me é de direito
Preciso de uma revolução
Derrubar paredes
Reapropriar o que me foi tomado
Me esforço para lembrar quem foi esse que chegou devagar e tomou conta
Mas nem a isso tenho mais acesso
Cheguei e a porta tá trancada, nem janela aberta para entrar ar tem
Bato, bato, bato
Espero um pouco
Ninguém sai
Não há resposta nem chegada
Fico na calçada olhando para mim
Quem pintou minha fachada de azul?

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