odeio começar um texto e ele ser novamente
sobre você. Você mesmo, esse monstro que eu criei com as melhores e piores
partes de diferentes amores - platônicos e reais. Eu queria, às vezes, escrever
sobre algo interessante, ou apenas diferente. Pra variar um pouquinho. Mas sei
lá. Quando tô assim, com os dedos inquietos pra digitar e expulsar o que
insiste em apertar o coração, eu acabo colocando você, querido monstro, em tudo
quanto é frase, mesmo que nas entrelinhas. Dizem que escrevemos sobre o que
conhecemos. Nunca achei que te conhecesse tão bem, porque olha, não vou nem
mencionar o tanto que eu já escrevi sobre você na minha vida. Vez ou outra eu
gostaria de ter uma borracha mágica que te apagasse. Mas aí eu lembro do
tanto que eu gostava de segurar tua mão macia. E ao me lembrar da maciez,
relembro e revivo nossa implicância em sempre competir e comparar nossas mãos
pra ver quem era o dono da mão mais legal de apertar. Definíamos nossos
critérios e nós mesmos éramos participantes e jurados dessa competição maluca.
Como não havia vencedor, o prêmio era compartilhado e repleto de gargalhadas
como companhia. Ou então eu fico envergonhada quando lembro que você achou
bonitinha toda aquela minha ingenuidade. E você pode até não
admitir, mas sei que eu era, de longe, sua melhor companhia. Eu não precisava
nem ouvir dos seus lábios pra saber, os seus olhos contavam tudo. Não, eu
definitivamente não quero perder isso. Nem mesmo a parte ruim que deixa meu
coração do tamanho de uma azeitona. Querido monstro, quero te ter pra sempre.
Desculpa pelos meus dias ruins. Só peço que fique comigo quando não for tão
fácil e leve re-lembrar algumas coisas. Não me abandone. Segure minha mão, não
diga nada e espere meu sorriso voltar.
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