sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Que eu não

Que eu não me deixe ir por outros rumos que não seja o da felicidade. 
Que eu não deixe a verdade de outrem vir a ser minha. 
Que eu crie minhas próprias verdades. 
Ou talvez nem precise de uma. 
Que eu não perca a sensibilidade para admirar as estrelas. 
Ou o brilho dos olhos. 
E que eu sempre me encante com noite sem lua. 
Que eu não deixe de ver histórias magníficas nos olhares que esbarram no meu. 
Por que olhos são mundos infinitos e cheios de coisas a contar. 
Que vez ou outra eu pare pra ouvir e não apenas escutar o que esses olhos têm a falar e, por vezes, gritar. 
Que eu não deixe de dar valor a um abraço apertado de um amigo querido. 
E que eu ainda aperte muitos corpos amigos. 
Que eu sempre dê uma importância exagerada a tudo. 
Mesmo que o tudo venha, um dia, a ser nada. 
Pois acreditar, talvez, já basta. 
Que eu não fique de um jeito chato, presa ao relógio e apressando o passo. 
Sem apreciar as pequenas felicidades da vida. 
Contando os segundos pra parar o mundo, porque eu preciso de descanso. 
Preciso de mais tempo para ver a vida. 
Para ler um livro. Para terminar esse viver interminável.

Nenhum comentário:

Postar um comentário